Redução das emissões de metano

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publicado em 25/10/2025 08:13 e atualizado em 25/10/2025 08:30
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Cidades na ação climática: O painel “Redução das emissões de metano” do Circuito Urbano 2025 mostrou como Florianópolis e Ponta Grossa transformam resíduos orgânicos em energia e reduzem metano em até 97%, inspirando soluções locais sustentáveis.
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Foto: Divulgação I17 e Circuito Urbano
Dicas de Vídeos
Circuito Urbano 2025

Redução das emissões de metano

O papel das cidades na ação climática | I17 - 13/10/2025

Você já ouviu falar do metano (CH4)? Apesar de permanecer menos tempo na atmosfera que o dióxido de carbono, ele é um verdadeiro "supervilão" climático: tem um potencial de aquecimento global mais de 80 vezes maior que o CO₂ nos primeiros 20 anos após sua emissão.

De onde vem o metano?

  • Aterros sanitários: Decomposição de resíduos orgânicos sem oxigênio
  • Agropecuária: Digestão de ruminantes e manejo de dejetos
  • Setor energético: Vazamentos em extração e transporte de combustíveis fósseis
  • Agricultura: Cultivo de arroz em áreas alagadas
  • Tratamento de esgoto: Processo de decomposição anaeróbica

Como as cidades podem reduzir as emissões de metano?

  • Compostagem de resíduos orgânicos em vez do descarte em aterros
  • Captação de biogás em aterros para geração de energia
  • Separação adequada de resíduos na fonte
  • Plantas de biodigestão para transformar orgânicos em energia limpa
  • Políticas públicas que incentivem a economia circular

Reduzir o metano é uma das ações mais eficazes para desacelerar o aquecimento global no curto prazo. Venha conhecer exemplos práticos de como as cidades estão fazendo isso acontecer! 

O painel “Redução das emissões de metano: o papel das cidades na ação climática” é uma iniciativa do Instituto 17 durante o CircuitoUrbano2025, uma ação global organizada pelo ONUHabitat. 

 

Saiba mais

O painel “Redução das emissões de metano: o papel das cidades na ação climática” abordará como os municípios podem atuar diretamente na mitigação das emissões de metano a partir do setor de resíduos sólidos urbanos, no qual o poder público local exerce papel decisivo.

Com um Potencial de Aquecimento Global (GWP) mais de 80 vezes superior ao do CO₂ em 20 anos, reduzir as emissões de metano é uma das formas mais eficazes de avançar nas metas climáticas. Nesse contexto, o fortalecimento da governança local e o intercâmbio de boas práticas entre cidades são estratégias fundamentais.

O painel contará com apresentações da Prefeitura de Florianópolis, com sua iniciativa de gestão e reciclagem de resíduos orgânicos urbanos por meio da compostagem, e da Ponta Grossa Ambiental, com a Usina Termoelétrica a Biogás (UTB), que transforma resíduos orgânicos em energia. Em seguida, haverá um debate em que se somarão representantes do Instituto Pólis e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que trarão suas perspectivas sobre políticas públicas e governança local para a mitigação de emissões.

O evento destacará o protagonismo das cidades na resposta à crise climática, reforçando a importância de soluções locais para promover ambientes urbanos mais resilientes e sustentáveis. Também pretende contribuir para o fortalecimento da cooperação multissetorial para a COP30, reforçando o papel dos municípios brasileiros na implementação de ações concretas de mitigação.

 

 

🟩 Resumo do Evento

O webinar, promovido pelo Instituto 17 em parceria com o ONU-Habitat e outras instituições do Circuito Urbano 2025, discutiu estratégias para reduzir as emissões de metano oriundas dos resíduos sólidos urbanos. Foram apresentados dois casos de sucesso, Florianópolis (SC) e Ponta Grossa (PR), seguidos por um debate técnico com representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Instituto Polis.

O encontro destacou soluções locais, integração de políticas públicas, inovação tecnológica e educação ambiental como pilares para cidades mais sustentáveis e resilientes.

🟦 Abertura

Vanice Nacano (Instituto 17 / ONU-Habitat)

  • Enfatizou o potencial de aquecimento global do metano, 80 vezes maior que o CO₂.
  • Apontou que os aterros sanitários e lixões são as principais fontes de emissões urbanas.
  • Reforçou a importância de ações locais adaptadas à realidade brasileira e apresentou a programação do evento.

Alessandro Sanchez Pereira (Diretor Executivo do Instituto 17)

  • Realçou a relevância da discussão sobre resíduos sólidos no Circuito Urbano.
  • Destacou a continuidade da participação do Instituto desde as primeiras edições do evento.

 

🟨 Palestra 1 – Karina da Silva de Souza

Engenheira sanitarista e ambiental – Prefeitura de Florianópolis
Tema: Programa Florianópolis Capital Lixo Zero e valorização de resíduos orgânicos

Principais pontos:

  • A cidade possui o programa “Florianópolis Capital Lixo Zero”, com metas até 2030:
    • 60% de recuperação de recicláveis secos
    • 90% de valorização de resíduos orgânicos
  • Estratégias integradas:
    • Vermicompostagem domiciliar com o programa “Minhoca na Cabeça” (desde 2017).
    • Coleta seletiva de orgânicos porta a porta e ponto a ponto.
    • Compostagem comunitária e escolar com uso de caixas d’água.
    • Remuneração de serviços de compostagem e incentivo a pequenos empreendedores locais.
    • Pátio municipal de compostagem Itacorubi (20 t/dia) com método UFS de aeração passiva (baixo custo e desenvolvido pela UFSC).
    • Integração com agricultura urbana — o composto gerado é usado em hortas comunitárias e escolares.
  • Resultados:
    • Aumento progressivo na recuperação de resíduos orgânicos (de 3.500 t em 2020 para 5.000 t em 2023).
    • Bairros piloto atingiram até 39% de valorização dos resíduos.
  • Fatores de sucesso:
    • Diversidade de soluções, educação ambiental contínua e comunicação visual padronizada.

 

🟩 Palestra 2 – Ianca Van Tienin e Marcos Borsato

Ponta Grossa Ambiental / Grupo Philos
Tema: Usina Termoelétrica a Biogás de Ponta Grossa (PR)

Principais pontos:

  • Usina inaugurada em 2021 recebe resíduos orgânicos de grandes geradores (restaurantes, panificadoras e indústrias).
  • Capacidade: 30 t/dia (atual operação: 17–18 t/dia).
  • Dois biodigestores de 1.000 m³ cada, com produção de 2.800 m³/dia de biogás, gerando energia elétrica para 52 prédios públicos municipais.
  • O processo inclui:
    • Triagem e trituração dos resíduos.
    • Tanque de equalização para garantir estabilidade da “dieta” microbiana.
    • Automação e monitoramento remoto 24h.
    • Utilização do digestato como biofertilizante agrícola.
  • Estudo de ciclo de vida conduzido pelo Instituto 17 e Instituto Polis mostrou:
    • Redução de mais de 97% das emissões de metano em relação ao cenário de aterro.
    • Diminuição de até 99,7% no potencial de aquecimento global.
  • Pontos fortes:
    • Envolvimento de universidades locais e da CIBiogás no projeto.
    • Estabilidade operacional e viabilidade técnica comprovadas.
    • Potencial de replicação via consórcios intermunicipais.

 

🟫 Debate Técnico

Alberto Rocha Neto (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – Coordenador Geral de Gestão de Resíduos)

  • Apresentou o Plano Setorial de Mitigação de Resíduos e Efluentes Domésticos, em fase final de aprovação.
  • Meta: reduzir emissões de 85 para 75 MtCO₂e até 2030, chegando a 69 Mt até 2035.
  • Objetivo de emissão líquida zero até 2050.
  • Destacou a elaboração do Plano Nacional de Redução e Reciclagem de Resíduos Orgânicos Urbanos, em parceria com o Instituto Polis.
  • Foco em redução do desperdício de alimentos e ampliação da compostagem e biodigestão.

 

Víctor Argentino Vieira (Coordenador de Resíduos Sólidos – Instituto Polis)

  • Explicou a atuação do Instituto Polis na promoção do direito à cidade sustentável.
  • Apoia tecnicamente o MMA e municípios na implementação de soluções circulares.
  • Coordena plataformas como o Brasil que Cultiva e LowEm, voltadas à troca de conhecimento e financiamento de projetos.
  • Reforçou a importância da capacitação técnica e democratização do acesso à informação para pequenos e médios municípios.

 

🟧 Encerramento e Convergências

Pontos de destaque das discussões:

  • Cidades médias como Florianópolis e Ponta Grossa já demonstram que é possível desviar resíduos orgânicos do aterro e reduzir emissões de metano com políticas locais.
  • A educação ambiental, parcerias institucionais e incentivos econômicos são fundamentais para engajar a sociedade.
  • Planejamento de longo prazo, tecnologia apropriada e integração entre poder público, academia e iniciativa privada são pilares para a transição rumo a cidades de baixo carbono.

 

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📺 O próximo episódio tratará do processo de licenciamento ambiental.

Dados do vídeo: Painel Redução das emissões de metano: o papel das cidades na ação climática | Circuito Urbano 2025, I17.
🎥 | Transmitido ao vivo em 13 de Out. de 2025
📅 Data da Transmissão: 13/10/2025 | 11h às 13h
🌐 Transmissão no canal do YouTube do Circuito Urbano e do Instituto 17
🎤 Moderação: Vanice Nakano
👥 Participação: Karina da Silva de Souza Marcus Borsato Yankha Van Tienen Victor Hugo Argentino de Morais Vieira Alberto da Rocha Neto .

 

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