Tecnologia de Vácuo Impulsiona Geração de Energia Limpa e Revoluciona o Setor de Biocombustíveis
Por Achim Lessel, Diretor Geral da Busch do Brasil
À medida que o mundo acelera sua transição para fontes renováveis de energia, o papel da tecnologia de vácuo está ganhando destaque como aliado indispensável na busca por eficiência energética e sustentabilidade.
No Brasil, onde a geração de eletricidade no mercado de energia renovável deverá atingir 639,40 bilhões de kWh em 2025, segundo a Statista, tecnologias de ponta estão moldando o futuro do setor e o vácuo é um dos pilares essenciais dessa poderosa transformação.
Um exemplo disso é a fabricação de etanol, seja de milho ou biomassa de lignocelulose (biomassa de matéria vegetal seca), onde sistemas de vácuo são usados em processos importantes, como fermentação, extração e destilação.
No caso do etanol de segunda geração, gerado a partir de resíduos agrícolas e florestais, o vácuo é essencial para otimizar a extração de açúcares fermentáveis e garantir uma destilação eficiente, maximizando o uso da biomassa.
No etanol de milho, uma das fontes de biocombustível mais populares do mundo, as bombas de vácuo criam um ambiente controlado que melhora a conversão do amido e facilita a separação do etanol. Esse controle de pressão refinado garante não apenas um maior rendimento, mas também a alta qualidade do produto final.
Resíduos que geram energia
No setor sucroenergético, a vinhaça – um subproduto da fabricação de etanol com alto potencial poluente – deixou de ser um passivo ambiental para se tornar um ativo estratégico. Utilizada como matéria-prima na geração de biometano, sua reutilização não só reduz seu impacto ambiental como também abre uma nova fonte de receita para as usinas de cana-de-açúcar.
O mesmo se aplica aos aterros sanitários, onde os resíduos orgânicos se decompõem naturalmente e geram biogás, que pode ser purificado e transformado em biometano. Essa solução energética é eficiente, rentável e contribui diretamente para a redução dos gases de efeito estufa.
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Biometano: combustível já movimenta a economia atual
Outro protagonista dessa revolução verde é o biometano, um biocombustível que transformou diversos setores da indústria brasileira. Grandes empresas alimentícias, produtoras de fertilizantes, montadoras de automóveis e até mesmo agronegócios já estão adotando o biometano como alternativa ao gás natural, reduzindo suas emissões de carbono e melhorando a eficiência de suas operações.
Além dos ganhos ambientais, o uso do biometano contribui para a valorização de resíduos orgânicos, a diversificação da matriz energética e ainda oferece oportunidade de geração de créditos de carbono: um benefício estratégico em um mercado cada vez mais orientado para o baixo carbono.
Captura de carbono com apoio da tecnologia de vácuo
A tecnologia de vácuo também desempenha um papel único na captura de carbono (CCS – captura e armazenamento de carbono – e CCU – captura e uso de carbono). Essa técnica visa capturar e reter o CO₂ produzido em processos industriais antes que ele atinja a atmosfera. Em métodos como separação por membrana ou captura direta de ar (DAC), o vácuo cria gradientes de pressão que aumentam a eficiência da separação de gases. A técnica de adsorção por oscilação a vácuo permite que o CO₂ capturado seja removido dos filtros e reutilizado ou armazenado com segurança.
O dióxido de carbono recuperado pode ser reaproveitado em uma variedade de aplicações: como fertilizante em estufas, ingrediente essencial na indústria de bebidas carbonatadas, agente extintor em equipamentos de segurança, ou matéria-prima na indústria química. Esse reaproveitamento cria uma solução circular que combina eficiência, inovação e sustentabilidade.
Conheça a regulamentação
No Brasil, a Resolução ANP nº 886/2022 estabelece normas para a aprovação do controle de qualidade do biometano. Ela estabelece que o biogás resultante do processo de biodigestão do cliente final, seja uma usina de cana-de-açúcar ou um aterro sanitário, deve atender às concentrações previamente definidas pelo fabricante da unidade de purificação de biogás. No caso de usinas de cana-de-açúcar, as concentrações de sulfeto de hidrogênio (H2S) devem ser observadas, enquanto em aterros sanitários, atenção especial deve ser dada aos gases voláteis e ao nitrogênio.
Para apoiar essa transformação com eficiência e segurança, é fundamental realizar um estudo técnico detalhado, analisando as configurações ideais para cada aplicação e considerando aspectos como potência, segurança operacional e durabilidade dos equipamentos. A Busch Brasil, por exemplo, por meio de suas marcas Busch Vacuum Solutions e Pfeiffer Vacuum+Fab Solutions, oferece sistemas de vácuo fundamentais para a estruturação de operações com biometano. Essa tecnologia contribui para o desempenho ideal e a confiabilidade a longo prazo de uma nova geração de operações mais sustentáveis.
Empresas que investem em biometano com soluções de vácuo seguras e adaptadas às suas necessidades estão na vanguarda da transição energética. O futuro da energia limpa já começou.
Um dos maiores fabricantes mundiais de bombas de vácuo, sistemas de vácuo, sopradores, compressores e sistemas de redução de gases. Sob seu guarda-chuva, o grupo abriga duas conhecidas marcas: Busch Vacuum Solutions e Pfeiffer Vacuum+Fab Solutions. Os sistemas de redução de gases fornecidos anteriormente pela centrotherm clean solutions, uma antiga marca do Busch Group, agora fazem parte do portfólio da Pfeiffer.
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